Recordando Nossa História




Tiradentes: O lado mais fraco da corda

Leitor ao ler estes versos
Chamo a sua atenção:
Não vou recontar história,
Mas trazer reflexão
Sobre os fatos ocorridos.
Com os pés firmes no chão.

Leitor você já pensou
Por que a inconfidência
Mineira resultou numa
Incomparável inclemência
Somente com Tiradentes
E aos outros branda ocorrência?

A história brasileira
Vez em quando é repetida.
Um dia desses mataram
Chico Mendes e Margarida
Principalmente por virem
Da classe baixa oprimida.

Pois se a pessoa é rebelde,
Porém tem nome e dinheiro.
A família é da elite
Do Brasil e do estrangeiro
Pensam duas vezes antes
De burlar seu paradeiro.

Veja o que aconteceu
Ao ilustre Tiradentes:
Ele estava rodeado
De um bando de inconfidentes,
Mas só a ele restou
O choro e ranger de dentes.

Portugal necessitava
Adornar seu oratório:
Sua exploração vigente
Queria ouro no empório.
Pegou então Tiradentes
Como bode expiatório.

Condenar o Tiradentes
Foi muito cômodo ao reinado.
Responda-me ele era quem?
Um ex- alferes lascado.
Um líder pobre sem eira.
Um sem poder revoltado.

Os outros eram barões
Do dinheiro e do intelecto.
(Um a um analisaram
Construindo um retrospecto)
Só Tiradentes perdia
Diante destes aspectos.

Segue a enumeração
Dos principais conjurados.
Inconfidentes mineiros
Dentre outros destacados.
Só o Cláudio Manoel
Morreu sem ser libertado.

Tomás Antonio Gonzaga,
Domingos de Abreu Vieira.
Carlos Correa Toledo
Francisco Antonio Oliveira.
Inácio José Peixoto.
Só a classe rica mineira.

Os padres José da Silva
E Oliveira Rolim.
O sargento-mor Luiz
Vaz de Toledo e enfim
Joaquim José da Silva
O que teve triste fim.

Dentre os que participaram
Estes se destacam mais
Por serem representantes
Das altas classes rurais,
Clérigos e militares.
Grandes intelectuais.

Dentre os inconfidentes
12 foram condenados,
Porém só o Tiradentes
Para a forca foi levado.
Se fosse das classes altas
Tinha sido libertado.

Vemos que nossa justiça
Sempre agiu de forma branda
Com quem faz parte das classes
Sociais de quem comanda.
Sobra para o indivíduo
Que em quase nada manda.

É de práxis existir
Na história um traidor.
Tiradentes não fugiu
Desta regra, meu leitor.
O nosso Judas da vez
Foi o tal Silvério Reis
Um covarde sem pudor.

Cumpriu-se assim outra práxis.
Quem pensa logo descobre:
Na história brasileira
Quase todo mártir é pobre.
Parece que no Brasil
Morrer pela mãe gentil
Não ficou pra “classe nobre”.

Mataram o Tiradentes
Pelos motivos citados.
Por todo o sempre seu nome
Deverá ser exaltado,
Porém quantos Tiradentes,
Lutando por nossa gente
Morrerão executados?

Manoel Messias Belizario Neto
João Pessoa - PB
Site: http://www.cordelparaiba.blogspot.com/



Menino Maluquinho em:



Índio Maluquinho


Ziraldo Alves Pinto




Sugestão de trabalho:

Distribua esta história para seus alunos. Leia-a com atenção e abra uma discussão acerca da vida indígena atualmente. Eles vão curtir essa leitura. Depois, proponha a reprodução da mesma. Socialize as produções e comemore o Dia do índio com um grande aprendizado.




18 de abril - Dia do Livro Infantil: uma homenagem à Monteiro Lobato




Ele já dizia...

"Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena - e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida
desse povo."





O livro comestível


A maior parte das ideias da Rã era desse tipo. Pareciam brincadeiras, e isso irritava Emília, que estava tomando muito a sério o seu programa de reforma do mundo. Emília sempre foi uma criaturinha muito séria e convencida. Não fazia nada de brincadeira.
- Parece incrível, Rã! - disse ela. - Chamei você para me ajudar com ideia na reforma, mas até agora não saiu dessa cabecinha uma só coisa aproveitável - só "desmoralizações ...”
- Isso não! A ideia das tetas com torneiras na Mocha foi minha e você gostou muito. A da pulga também.
- Só essas. Todas as outras eu tive de jogar no lixo. Vamos ver mais uma coisa. Que acha que devemos fazer para a reforma dos livros?
A Rãzinha pensou, pensou e não se lembrou de nada.
- Não sei. Parecem-me bem como estão.
- Pois eu tenho uma ideia muito boa - disse Emília. - Fazer o livro comestível.
- Que história é essa?
- Muito simples. Em vez de impressos em papel de madeira, que só é comestível para o caruncho, eu farei os livros impressos em um papel fabricado de trigo e muito bem temperado. A tinta será estudada pelos químicos - uma tinta que não faça mal para o estômago. O leitor vai lendo o livro e comendo as folhas; lê uma, rasga-a e come. Quando chega ao fim da leitura está almoçado ou jantado. Que tal?
A Rãzinha gostou tanto da ideia que até lambeu os beiços.
- Ótimo, Emília! Isto é mais que uma ideia-mãe. E cada capítulo do livro será feito com papel de um certo gosto. As primeiras páginas terão gosto de sopa; as seguintes terão gosto de salada, de assado, de arroz, de tutu de feijão com torresmos.
As últimas serão as da sobremesa - gosto de manjar branco, de pudim de laranja, de doce de batata.
- E as folhas do índice - disse Emília - terão gosto de café - serão o cafezinho final do leitor. Dizem que o livro é o pão do espírito. Por que não ser também pão do corpo? As vantagens seriam imensas. Poderiam ser vendidos nas padarias e confeitarias, ou entregues de manhã pelas carrocinhas, juntamente com o pão e o leite.
- Nem precisaria mais pão, Emília! O velho pão viraria livro. O Livro-Pão, o Pão-Livro. Quem soube ler, lê o livro e depois come; quem não souber ler come-o só, sem ler. Desse modo o livro pode ter entrada em todas as casas, seja dos sábios, seja dos analfabetos. Otimíssima ideia, Emília!
- Sim - disse esta muito satisfeita com o entusiasmo da Rã. - Porque, afinal de contas, isso de fazer os livros só comíveis para o caruncho é bobagem - podemos fazê-los comíveis para nós também.
- E quem deu a você essa ideia, Emília?
- Foi o raciocínio. O livro existe para ser lido, não é? Mas depois que o lemos e ficamos com toda a história na cabeça, o livro se torna uma inutilidade na casa. Ora, tornando se comestível, diminuímos uma inutilidade.
- E quando a gente quiser reler um livro?
- Compra outro, do mesmo modo que compramos outro pão todos os dias.
A ideia, depois de discutida em todos os seus aspectos, foi aprovada, e Emília reformou toda a biblioteca de Dona Benta.
Fez um papel gostosíssimo e de muito fácil digestão, com sabor e cheiro bastante variados, de modo que todos os paladares se satisfizessem. Só não reformou os dicionários e outros livros de consulta. Emília pensava em tudo.
Também reformou muita coisa na casa. Por meio de cordas e carretilhas as camas subiam para o forro de manhã, depois de desocupadas, a fim de aumentar o espaço dos cômodos. As fechaduras não precisavam de chaves; bastava que as pessoas pusessem a boca no buraco e dissessem: "Sésamo, abre-te" e elas se abriam por si mesmas.
- E os mudos? - perguntou a Rãzinha. - Como vão arrumar-se? Só se eles andarem com uma vitrola no bolso, que pronuncie por eles a palavra Sésamo.
Emília atrapalhou-se com o caso dos mudos e deixou-o para resolver depois.
O leite a ferver ao fogo dava um assobio quando chegava no ponto, de modo a avisar ao fogo, o qual imediatamente parava de agir. O mesmo com todas as comidas - e dessa maneira acabou-se a desagradável história do "feijão com bispo.”
E tanta e tanta coisa as duas fizeram, que se fôssemos contar metade teríamos de encher dois volumes. Lá pelo fim da semana o Sítio do Pica-pau estava totalmente transformado, não dando a menor ideia do antigo. Foi por essa ocasião que chegou carta de Dona Benta anunciando a volta.
- "Já concluímos o nosso serviço na Europa" - dizia ela.
- "Deixamos o continente transformado num perfeito sítio - com tudo direitinho e todos contentes e felizes. A Comissão que nos trouxe vai reconduzir-nos para aí novamente. Devemos chegar na próxima segunda-feira e espero encontrar tudo em ordem.”
Emília leu a carta para a Rãzinha, dizendo:
"É uma danada, esta velha! Foi lá e fez o que todos aqueles ditadores e reis não conseguiram. Temos agora de preparar a casa para recebê-la.”



Monteiro Lobato. In: A Reforma da Natureza. São Paulo: Globo, 2008




Usando a Calculadora em sala de aula

Proponha aos seus alunos este desafio usando a calculadora como ferramenta pedagógica.

Pegue sua calculadora e calcule:

37 X 3 =
37 X 6 =
37 X 9 =
37 X 12 =
37 X 15 =
37 X 18 =
37 X 21 =
37 X 24 =
37 X 27 =


O que você observa?




Piadinha Matemática



Conta esta!

Ao fazer a tarefa de casa, João pede auxílio para a vó.
- Oh vó, você pode me ajudar a encontrar o m.m.c?
- Nossa! Ainda não o encontraram? Na minha época de escola já andavam à procura dele!