Alunos com Dificuldades ou Problemas de Aprendizagem?
Visualize agora a sua turma e responda rápido: você tem alunos com dificuldades ou com problemas de aprendizagem? ! Se você ficou na dúvida, não se desespere, é compreensível, afinal com tantas nomenclaturas e definições controversas fica difícil encontrar o significado coerente para o termo.
Simplificando seria assim: um aluno com desordem neurológica ou psiquiátrica seguramente terá dificuldades para aprender qualquer coisa e consequentemente apresentará também problemas de aprendizagem em tudo o que for proposto. Já um aluno dito “normal” poderá ter problemas com a tabuada, pois não conseguiu elaborar corretamente o conceito da multiplicação, porém, se forem feitas as devidas intervenções pedagógicas esse mesmo aluno conseguirá superar este problema e seguirá adiante no que for ensinado.
Percebeu a diferença? Um problema de aprendizagem é temporário, já uma dificuldade de aprendizado é duradoura.
Na Escola encontraremos alunos com Deficiência Intelectual (capacidade intelectual inferior à média), que apresentam dificuldade de aprendizado e alunos com problemas de aprendizado nos mais variados conteúdos.
O fato é que em uma turma de 40 alunos, existem 40 indivíduos com ritmos, interesses e fisiologia distintos uns dos outros e, portanto, jeitos diferentes de aprender. Esses “jeitos diferentes de aprender” são também conhecidos como Estilos de Aprendizagem que nada mais são que o modo como esse indivíduo se comporta enquanto está aprendendo.
Os Estilos de Aprendizagem são:
- Cinestésico: quando se utiliza da expressão corporal e a manipulação de objetos
- Visual: quando é utilizado textos, livros, gráficos, fotos, diagramas, desenhos, provas escritas
- Auditivo: quando é utilizado fala, sons e músicas
Encare do seguinte modo, ao adotar um determinado estilo de aprendizagem estou escolhendo a melhor forma de processar o conhecimento novo que estou recebendo. Assim ao conhecer o estilo de uma pessoa você saberá qual será a forma mais fácil e a mais difícil dela processar qualquer conhecimento.
Na Escola somos cobrados dentro de um único estilo: o Visual, assim todos os alunos que se enquadram neste estilo, seguramente tirarão excelentes notas. Já os alunos “cinestésicos” e “auditivos” terão os tão conhecidos problemas de aprendizagem.
Já estou até vendo você perguntando: “Como então trabalhar na mesma sala com os dois grupos”? Fazendo, conforme diz Perrenoud, a “diferenciação pedagógica”. Ou seja, elaborar atividades que contemple os três estilos de aprendizagem. Pegando o exemplo da tabuada, o Professor pode ensinar a multiplicação cantando, criando jogos com a manipulação de objetos, utilizando exercícios escritos, jogos de computador.
E os alunos com deficiência intelectual? Também serão beneficiados com a diferenciação pedagógica, já que não se sentirão discriminados, pois estarão realizando atividades com diferentes graus de desafio.
Como levantar os estilos de aprendizagem dos meus alunos? Observe no dia a dia na hora da execução das tarefas, quais são os momentos, ou em quais atividades determinados alunos mostram-se mais eficientes em realizar a tarefa dada.
Quando um conteúdo novo é apenas explicado quantos de fato conseguem compreender o que foi ensinado. Ao ajustar esse mesmo conteúdo e apresentar dentro de outro estilo de aprendizagem quantos alunos conseguem compreender? Anote esses dados e faça o mapeamento da sua turma, você ficará surpresa com os resultados.
Elaborar aulas levando em conta os estilos de aprendizagem e criar atividades diferenciadas dá trabalho? A minha resposta é: Muito mais trabalho dá, ter de lidar com problemas de aprendizagem, pois tanto o aluno quanto o professor ficam frustrados, extenuados e desmotivados, o que acaba gerando uma carga emocional negativa com todo o grupo.
Já com o uso da diferenciação pedagógica, respeitando os diferentes estilos de aprendizagem do grupo, as aulas transcorrem de modo mais vibrante, em constante movimento de trabalho e alegria. Afinal, desta forma, todos se veem como capazes e inteligentes.
Roseli Brito
Fonte: http://www.sosprofessor.com.br/blog/?p=346
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